Facebook Youtube WhattApp73 99195-4225
nome

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Fiocruz recruta voluntários para testar vacina BCG contra covid-19


A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está recrutando voluntários no Rio de Janeiro para a pesquisa que investiga a eficácia da vacina BCG contra o novo coronavírus.  Os testes começam na próxima segunda-feira (16) e serão feitos em profissionais de saúde, por causa do maior risco que eles têm de exposição a patógenos, ou seja, bactérias, fungos, protozoários e vírus. A BCG, utilizada para prevenir as formas graves de tuberculose na infância, também é reconhecida por gerar uma resposta imunológica ampla contra outras infecções. De acordo com a responsável pelos testes no Rio de Janeiro, a pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Margareth Dalcolmo, diversos estudos em outros países já consideram que a BCG pode pelo menos evitar quadros graves de covid-19. “Estudos mostraram que diversas pessoas vacinadas com a BCG tinha uma menor mortalidade. Então, isso explica o que nós chamaríamos de imunidade treinada. Ela treinaria o organismo para responder de uma maneira inteligente, digamos assim, a outras viroses. Enquanto outras vacinas geram uma resposta imune de memória, que é aquela na qual nós reconhecemos o mesmo antígeno, o vírus, quando ele nos ataca uma segunda vez. Então, a hipótese é que a BCG possa realmente proteger contra a covi-19, ou evitando casos, ou atenuando a gravidade dos casos que eventualmente houver.” Na Grécia, um estudo de revacinação com BCG em idosos demonstrou uma redução de 79% nas infecções respiratórias após um ano de acompanhamento. E, na África do Sul, estudos mostraram que a vacina reduziu em cerca de 73% esses casos. A investigação realizada aqui, pela Fiocruz, compõe o Brace Trial, ensaio clínico liderado por um centro de pesquisa australiano, que vai vacinar 10 mil voluntários naquele país, no Reino Unido, Espanha, Holanda e Brasil. Além das mil pessoas que serão acompanhadas no Rio de Janeiro, a Fiocruz vai testar a vacina em outros 2 mil profissionais de saúde em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Todos passarão por entrevista, serão testados para covid-19 e serão monitorados pela equipe de pesquisa por até um ano.* Agência Brasil