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terça-feira, 12 de maio de 2020

Sob ameaça de impeachment, prefeito de Jequié diz que perdeu apoio por não “ceder às chantagens” dos vereadores


O prefeito de Jequié, Sérgio da Gameleira (PSB), reagiu à tentativa de afastamento por parte dos vereadores da Câmara Municipal, que devem votar a medida nesta terça-feira (12), em Sessão Ordinária.   Em conversa com o BNews, Sérgio reconhece que é provável que os dez vereadores necessários votem pelo seu afastamento, mas que já planeja recorrer.  Segundo ele, a debandada de vereadores da sua base nos últimos tempos, sendo quatro que saíram nos últimos 60 dias, foi por não ter atendido às “chantagens” dos edis. “Uma motivação política pela prefeitura não ceder as chantagens. Infelizmente faz parte do que modelo que a gente viu. Dos vereadores, 90% saíram da base com certeza absoluta, motivados por não terem conseguido que suas chantagens e beneficies fossem cedidas”, acusa. O líder do Executivo de Jequié é acusado pelo Ministério Público Estadual (MP-BA) de improbidade administrativa, por ter causado prejuízo de cerca de R$ 4,9 milhões aos cofres públicos. Desde 2017, Gameleira teria deixado de fazer os repasses para o Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Jequié (Iprej), apesar de ter gasto mais de R$ 6 milhões em publicidade de 2017 até abril deste ano. De acordo com Gameleira, a sessão prevista atenta infringe o regulamento interno da Câmara Municipal, que em meio à pandemia do novo coronavírus determinou que só ocorram Sessões Extraordinárias em “regime de urgência”.  O prefeito alega que deveria ter sido respeitado o prazo mínimo de cinco dias para que o presidente da Casa, Tinho de Waldeck (PV), acatasse o pedido para a sessão.  Segundo o prefeito, o primeiro passo seria votar pela aceitação do pedido de afastamento, mas os vereadores - agora da oposição - querem a validade da medida imediatamente.  “Estão rasgando o regimento interno da casa, agindo em regime de urgência. Essa matéria não atende, nenhum dos vereadores nem eu, tivemos acesso ainda. Estão querendo, a todo custo, o afastamento imediato. Nada disso pode ser feito no momento de pandemia que estamos vivendo e tem um decreto da própria Câmara, que só poderia ter sessões extraordinárias”, argumenta. Desde o início do ano, Sérgio da Gamaleira tem perdido apoio e credibilidade frente aos cidadãos de Jequié. Além da recente acusação do MP-BA, em fevereiro, um vídeo do prefeito entregando um saco de dinheiro a um homem, viralizou na internet e foi atribuído a um pagamento de propina. O prefeito negou e justificou que se tratava de um empréstimo pessoal.