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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Grávida agredida por motorista de app em Salvador relata momentos de pânico: 'Medo de perder minha filha'


A jovem grávida que foi agredida por um motorista de aplicativo, em Salvador, após contestar o roteiro feito durante uma corrida, relatou os momentos de pânico que viveu e disse que, após o ocorrido, se sente insegura ao sair de casa. "Eu fiquei com muito medo. Eu tive medo de perder minha filha. Minha gravidez é de risco porque tenho problemas respiratórios e, quando vi o sangramento, só tive medo de perder minha filha. E estou com medo até agora. Ele sabe onde é minha casa. Ele sabe onde moro e estudo. Nem fui para escola hoje. Não estou saindo sozinha. Estou com medo", contou. O caso ocorreu na região da Ladeira do Funil, que fica no bairro do Barbalho, na manhã de segunda-feira (2). Segundo a vítima, que não quis se identificar, o motorista tratou ela mal desde o momento em que ela entrou no veículo, acompanhada da sobrinha de seis anos. "Desde o começo, ele já foi com tom ignorante. Eu tinha pedido a corrida da minha casa, no bairro da Saúde, com parada no Barbalho, para deixar minha sobrinha no colégio, e de lá seguiria para Nazaré, onde estudo. Logo quando entramos no carro, fomos para o banco de trás e minha sobrinha bateu a porta forte, sem querer. Ele então perguntou: 'Vai quebrar, é?'. Eu pedi desculpas e ele seguiu resmungando", disse a jovem. Ela contou ainda que, logo no começo da viagem, o aplicativo orientou ir para uma rota, e que ela tentou informar para ele que essa rota era sem saída. "Eu então expliquei a ele que era rua sem saída. Disse a ele que morava lá e que sabia do que se tratava. Ele fez o retorno, mas resmungando", disse. Na sequência, ele seguiu o caminho até colégio da sobrinha da vítima, quando uma nova discussão ocorreu entre os dois. "Quando chegamos na porta do colégio, eu pedi para ele esperar um pouco porque precisava descer para levar minha sobrinha e avisar à professora dela que voltaria para pegá-la. Ele então disse que estava com pressa e que eu não desceria. Mas eu desci mesmo assim", contou. O problema piorou quando ela retornou ao veículo. "Na volta, ele seguiu com a corrida, mas pegou outra rota, que eu nunca tinha ido. Não era caminho para meu colégio. Eu então questionei porque daria um novo preço, aumentaria o valor. Falei que se desse mais eu não pagaria. Ele questionou: 'Isso é uma ameaça, sua vagabunda?'", conta. "Então ele começou a me xingar. Me xingou muito. Eu disse que ia descer do carro, ele travou o veículo. Ele então me deu cotoveladas e puxou meu cabelo. Mas consegui sair do veículo quando o homem que estava passando me ajudou", completou. O homem que foi ao socorro da jovem contou que o motorista agrediu ela verbalmente por diversas vezes. "Eu estava voltando do cooper. Já estava no final, perto de casa, quando vi um carro passar e parar. Nessa hora, ela já saiu de dentro, correndo. Tava uma confusão e ouvi ele chamando ela de vagabunda. Eu então perguntei a ela se ele era alguma coisa dela, ela disse que não. E ele saiu do carro em seguida", contou. "Eu cheguei a jogar R$ 10 no carro para pagar a corrida dela. Ele fechou a porta do carro e saiu", completou. Logo após o crime, o caso foi registrado no posto policial do Hospital Geral do Estado (HGE), para onde a jovem foi levada por causa do sangramento. No local, ela recebeu atendimentos médicos e foi liberada. De acordo com a ocorrência policial do hospital, a gravidez da jovem é de alto risco e ela foi agredida com uma cotovelada e puxões de cabelo por um homem de prenome "Klécio". Em nota, a empresa 99 Pop informou que, após o aplicativo receber a denúncia, o motorista envolvido foi banido da plataforma. Uma equipe foi mobilizada para entrar em contato com a vítima para oferecer acolhimento e suporte necessário. Ainda em nota, a empresa disse que está aberta para colaborar com as autoridades. O caso é investigado na 1ª Delegacia Territorial (DT) Centro/Barris.